Chegou a vez desse biomarcador no atendimento ambulatorial. Porque é importante entender o valor preditivo da troponina I de alta sensibilidade para a saúde cardiovascular da população.
A troponina I de alta sensibilidade tem sido amplamente utilizada em prontos-socorros para diagnosticar infartos e outras emergências cardíacas. No entanto, a evolução da medicina preventiva e de precisão vem transformando esse cenário. Os especialistas entendem que o biomarcador não apenas confirma danos já ocorridos, mas também permite antever riscos futuros, tornando-se uma ferramenta valiosa nos exames laboratoriais e de check-up.
O cardiologista Dr. Eduardo Gomes Lima, médico assistente da unidade de Aterosclerose InCor HCFMUSP e Head da Cardiologia DASA/Hospital 9 de Julho, reforça essa mudança de paradigma: “Quando a placa aterosclerótica é detectada por exames de imagem, o paciente já é considerado de alto risco. Com a troponina I de alta sensibilidade, podemos agir antes que o dano seja irreversível”.
Antecipando a doença: prevenção e estratificação de risco
A doença cardiovascular continua sendo a principal causa de morte no mundo. Diagnosticar um infarto significa, na maioria das vezes, que o estrago já foi feito. O grande desafio da medicina é evitar que os pacientes cheguem a esse ponto, e é aqui que a troponina I de alta sensibilidade se sobressai.
Esse biomarcador permite identificar alterações nos níveis de troponina mesmo em pessoas assintomáticas, ajudando a estratificar melhor o risco cardiovascular. Segundo o Dr. Lima, “a população classificada para risco intermediário é a mais beneficiada, pois o exame permite uma reclassificação mais precisa, evitando tanto diagnósticos tardios quanto exames invasivos desnecessários”.
Em pacientes com doença cardíaca já conhecida, um aumento na troponina I de alta sensibilidade pode indicar que o tratamento não está sendo eficaz, alertando sobre um risco elevado de morte.

Para o Dr. Eduardo Lima, o exame de troponina I de alta sensibilidade apresenta benefícios significativos para a medicina diagnóstica:
– Detecção precoce de risco cardiovascular;
– Medição não invasiva, apenas com dosagem sanguínea;
– Elimina a necessidade de exames de imagem com radiação e contraste;
– Pode ser incluído nos exames laboratoriais de rotina;
– Ajuda a guiar a conduta médica com base em evidências objetivas.